A produção industrial interrompeu uma sequência de quedas e registrou estabilidade em outubro.
Após 3 quedas, a produção industrial reagiu e registrou alta marginal de 0,2% em outubro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. Para alguns, motivo de comemoração, mas, na realidade, ainda não há motivos para tanta comoção..
Na comparação com outubro de 2017, a produção industrial foi 1,1% maior. Apesar do crescimento em outubro, o avanço no mês ainda não compensou as perdas nos 3 meses anteriores, que acumularam uma redução de 2,7% na atividade.
De janeiro a outubro de 2018, a produção registrou alta, de 1,8%. No acumulado em 12 meses, avanço é de 2,3%. O setor perdeu ritmo em comparação aos meses anteriores. Em setembro, a taxa acumulada era de 2,7%, e em agosto, de 3,1%.
Dos 26 ramos industriais pesquisados, 17 registraram crescimento em outubro. Os principais destaques foram indústrias extrativas (3,1%), máquinas e equipamentos (8,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%) e bebidas (8,6%).
Entretanto, nove ramos que tiveram queda neste mês, com destaques para produtos alimentícios (-2,0%), metalurgia (-3,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,2%).
O setor alimentício registrou em outubro o quarto mês consecutivo de queda. Desse modo, acumulou uma redução de 8,4% em 4 meses. O principal contributo para o resultado do setor foi a produção de açúcar.
A dinâmica dos preços do etanol tem sido mais vantajosa para as usinas. Desse modo, a produção de açúcar registrou queda em detrimento do biocombustível.
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O desempenho da indústria deveria ser motivo de maior preocupação, mas tem sido deixada de lado. A explicação básica é de que a indústria é um setor dinâmico, pois estabelece diversas conexões com outros setores da economia.
Para produzir, a indústria precisa comprar matérias-primas e, para vender, precisa contratar empresas responsáveis pelo transporte e armazenamento para, por fim, colocar o produto à venda no comércio.
E podemos ir mais a fundo. A indústria é um setor complexo, com diversos subsetores, o que lhe confere uma composição bastante heterogênea. Além disso, é o setor com maior capacidade de gerar empregos – e, mais ainda, empregos com maior “valor agregado”, o que eleva a renda da população e maior capacidade de consumir produtos e serviços que contribuam para melhora da qualidade de vida.
O Brasil atual sofre com uma série de problemas de caráter fiscal e institucional. Coerentemente, estamos preocupados em sanar tais problemas. Mas com a estrutura produtiva sendo deixada em segundo plano, o cenário mais provável é que repetiremos os mesmos erros do passado.
O diagnóstico não poderia ser outro: há uma nova crise sendo fomentada no seio da economia mundial que, ao que tudo indica, explodirá até 2021. E o país está fragilizado com seus próprios problemas.
Com a estrutura produtiva aos frangalhos, a indústria brasileira em queda, parece-nos evidente que a pancada será bem na boca do estômago. A recuperação do setor, assim como a do restante da economia brasileira, segue seu ritmo lento. Estimamos um crescimento em torno de 2% para a indústria em 2018.
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