Inflação no Brasil: alívio parcial, mas habitação pressiona
O IPCA subiu 0,26% em julho, levemente acima de junho (+0,24%), mas abaixo da projeção de 0,35%.
- O grupo Habitação foi o principal destaque (+0,91%), impulsionado pela alta da energia elétrica residencial (+3,04%).
- Já Alimentação e bebidas registraram deflação pelo segundo mês seguido (-0,27%), trazendo algum alívio.
- Em 12 meses, a inflação acumula alta de 5,23%.
Atividade econômica: varejo perde fôlego, serviços resistem
O desempenho da economia mostrou sinais mistos:
- O varejo caiu 0,1% em junho, e cresceu apenas 0,1% no 2º trimestre, desacelerando frente ao avanço de 0,7% no início do ano.
- Em contrapartida, o setor de serviços cresceu 0,3% em junho, atingindo o maior nível da série histórica.
Essa combinação de inflação abaixo do esperado e desaceleração parcial da atividade ajudou a fortalecer o real, que chegou a tocar R$5,38 na semana. Ainda assim, o Banco Central registrou saída líquida de US$350 milhões do país.
Cenário internacional: inflação persiste nos EUA, China desacelera
Nos principais mercados globais, o destaque foi a inflação nos EUA e a perda de ritmo na China:
- EUA: O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,2% em julho, mantendo a taxa anual em 2,7%. O núcleo avançou 0,3%, elevando a taxa anual a 3,1% — maior nível em cinco meses. Já o índice de preços ao produtor (PPI) teve alta de 0,9%, bem acima da projeção (+0,2%), com núcleo (+0,6%) no maior patamar em três anos.
- China: A produção industrial desacelerou para 5,7% ao ano (vs. 6,8% em junho), enquanto as vendas no varejo cresceram 3,7% (vs. 4,8% anteriormente). Além disso, Pequim prorrogou a trégua tarifária com os EUA, suspendendo tarifas adicionais por 90 dias, mas mantendo a taxa de 10% sobre alguns itens.
- Alemanha: A inflação anual ficou em 2% em julho, menor nível em oito meses, com destaque para a queda dos custos de energia (-3,4%), puxados por combustíveis (-4,5%) e energia doméstica (-2,6%).
Em resumo
A semana foi marcada por um Brasil em transição: inflação ainda controlada, mas atividade mostrando sinais de desaceleração, enquanto o cenário internacional reforça incertezas — com pressão inflacionária nos EUA, desaceleração da China e custos de energia em queda na Europa.