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Confiança do comércio da FGV: resultados e expectativas dos empresários varejistas

confiança do comércio

A confiança do comércio é extraída da Sondagem do Comércio, realizada mensalmente pela FGV IBRE. A pesquisa busca captar o sentimento dos empresários do setor de comércio em relação à economia, ao seu segmento e aos seus negócios.

Quando o empresário do comércio está otimista, tende a investir mais e impulsionar o crescimento econômico; quando está pessimista, reduz seus investimentos, freando a atividade.

Inspirada em metodologias consagradas nos EUA e na União Europeia, essa pesquisa avalia e projeta as percepções dos empresários do comércio sobre a situação atual da economia, do seu segmento e dos seus negócios, além das expectativas para os próximos seis meses.

Os resultados funcionam como um termômetro essencial para quem deseja antecipar tendências e ajustar estratégias de negócios no curto prazo.

Acompanhe a seguir.

Qual foi o último resultado da confiança do comércio?

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE cresceu 1,2 ponto em maio, alcançando 88,7 pontos, marcando a segunda alta consecutiva e sinalizando uma melhora na percepção sobre a demanda atual, especialmente nos segmentos de avaliação do momento presente. 

O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 5,2 pontos, para 93,4 pontos, impulsionado por um salto de 7,5 pontos na avaliação sobre a situação atual dos negócios. Apesar do ambiente macroeconômico restritivo, com juros altos e inflação acima da meta, o mercado de trabalho aquecido e a evolução da renda têm sustentado parte dessa melhora. 

No entanto, o Índice de Expectativas (IE-COM) caiu 3,0 pontos, refletindo incertezas persistentes quanto ao futuro e sinalizando que a trajetória de recuperação pode não ser linear nos próximos meses.

Veja o resultado de março da sondagem do comércio aqui.

Observe a tabela abaixo com o resumo da variação dos índices:

SondagemÍndice de situação atualÍndice de expectativasÍndice de confiançaVariação (%)Última divulgaçãoLink
Comércio89,891,994,2-1,6628/03/2025ICOM

Quando serão as próximas divulgações das sondagens da FGV?

As próximas divulgações das sondagens da FGV já têm datas previstas, permitindo que analistas, empresários e investidores se preparem adequadamente. Geralmente, o calendário é disponibilizado no início de cada ano, detalhando os meses em que saem os relatórios de confiança do comércio. 

Dessa forma, quem acompanha o índice de confiança  do comércio pode organizar reuniões e ajustar projeções com base nos dados que serão divulgados. 

Veja as próximas datas a seguir:

MêsSondagem do ComércioStatusRelease
jan./2530DivulgadaAqui
fev./2527DivulgadaAqui
mar./2528DivulgadaAqui
abr./2529DivulgadaAqui
mai./2529DivulgadaAqui
jun./2527A divulgar
jul./2530A divulgar
ago./2528A divulgar
set./2529A divulgar
out./2530A divulgar
nov./2527A divulgar
dez./2530A divulgar
jan./2630A divulgar
fev./2626A divulgar
mar./2630A divulgar
abr./2629A divulgar

O que é a confiança do comércio da FGV?

A confiança do comércio é o resultado de uma pesquisa mensal e sistemática realizada pelo FGV IBRE, a sondagem do comércio. Ela mede a percepção das empresas de varejo, atacado e demais elos dessa cadeia de distribuição sobre as condições atuais e as perspectivas futuras de seus negócios.

Cada sondagem da FGV foca em um segmento específico da economia. No caso do comércio, ela capta o grau de otimismo ou pessimismo dos comerciantes, lojistas e distribuidores entrevistados.

O Índice de Confiança do Comércio resultante sintetiza essas impressões qualitativas em um único indicador, que auxilia na tomada de decisões de investimento, no planejamento de estoques e na gestão de pontos de venda. Para isso, a FGV aplica entrevistas padronizadas, garantindo a comparabilidade dos dados ao longo do tempo.

Na sondagem do comércio, são coletadas opiniões sobre demanda por produtos, ritmo de vendas, contratações de funcionários, custos operacionais e condições de crédito.

Essa dimensão comportamental da confiança no setor de comércio é fundamental para antecipar ciclos de expansão ou retração, permitindo que empresas e formuladores de políticas públicas adotem medidas com maior proatividade.

O que é índice de confiança?

O Índice de Confiança do Comércio é um indicador estatístico que traduz o grau de otimismo ou pessimismo das empresas do setor quanto ao momento atual e às perspectivas futuras. Funciona como um termômetro do comércio, refletindo percepções sobre demanda por mercadorias, custos operacionais, acesso ao crédito e ritmo de contratações.

A Fundação Getúlio Vargas consolida essas respostas em um único valor, que sinaliza se o ambiente para investimentos em pontos de venda está mais favorável ou adverso. Por captar o sentimento dos gestores antes mesmo de os dados oficiais de mercado serem divulgados, esse índice antecipa tendências.

Ao acompanhar o Índice de Confiança do Comércio, varejistas, atacadistas e investidores conseguem prever movimentos do mercado: ajustar estoques, revisar orçamentos de compras ou refinar estratégias de financiamento.

Quando o indicador fica acima de 100 pontos (ou acima de sua linha de corte histórica), indica conforto e perspectiva de expansão — momento em que as empresas tendem a ampliar surtidos, abrir novas lojas e contratar pessoal.

Já valores abaixo desse nível revelam cautela ou pessimismo, levando frequentemente a postergar aberturas de unidades, reduzir horários de funcionamento e adotar medidas de contenção de custos. Esse comportamento cíclico evidencia a sensibilidade do setor às condições macroeconômicas, às taxas de juros e às políticas públicas de comércio.

Como é feito o cálculo do índice de confiança?

O cálculo do Índice de Confiança do Comércio começa com a elaboração de questionários específicos, contendo perguntas que avaliam o humor dos gestores de comércio quanto à situação atual e às perspectivas futuras. Cada resposta recebe uma pontuação padronizada, associada a percepções positivas, neutras ou negativas.

Em seguida, a FGV IBRE consolida esses dados, aplicando fórmulas estatísticas que geram médias ou indicadores-síntese, resultando no valor final do índice. Todo esse processo é meticuloso, para garantir que as variações reflitam mudanças reais na percepção dos participantes.

Na prática, a sondagem do comércio considera duas dimensões principais: a situação atual e as expectativas. As respostas são processadas para calcular subíndices distintos, que depois se unem em um único indicador agregado.

Um exemplo simplificado ocorre quando a pergunta aborda a visão sobre o volume de vendas ou o nível de estoques. Se a maioria dos entrevistados manifesta otimismo em relação à demanda futura ou ao giro de mercadorias, a pontuação sobe. Caso predomine o pessimismo, o índice recua.

A análise estatística busca eliminar ruídos e assegurar comparabilidade entre períodos, pois a mesma metodologia é aplicada mês a mês. A FGV IBRE utiliza amostras representativas de empresas de comércio, seguindo rigorosas normas de pesquisa, para evitar distorções de segmentos específicos.

Ao agrupar várias questões em componentes, o Índice de Confiança do Comércio passa a representar uma média ponderada de fatores como emprego, investimento e demanda. Por isso, compreender a metodologia é fundamental para interpretar corretamente eventuais oscilações de um mês para outro.

Qual a diferença entre o índice de situação atual e o índice de expectativas?

A principal diferença entre o índice de situação atual e o índice de expectativas reside no horizonte temporal que cada um avalia. O índice de situação atual procura mensurar o sentimento dos entrevistados em relação ao presente, considerando fatores como vendas recentes, demanda imediata, nível de estoques e percepção sobre renda ou produção. 

Já o índice de expectativas se volta ao futuro próximo (geralmente seis meses à frente), investigando a confiança dos agentes sobre o que virá nos meses seguintes, incluindo intenções de investimento, planos de contratação e projeções de crescimento ou retração.

Na prática, o índice de situação atual funciona como um retrato do momento, refletindo o ambiente econômico e setorial de forma imediata. Se a situação atual é positiva, significa que os empresários e consumidores estão satisfeitos com as condições vigentes, podendo manter ou ampliar suas atividades. 

Entretanto, essa satisfação não garante uma visão otimista do futuro, já que fatores como políticas públicas, câmbio e ciclos internacionais podem mudar o cenário. Por sua vez, o índice de expectativas capta a percepção das tendências, dando indícios sobre a probabilidade de manutenção ou mudança no ritmo econômico.

A FGV combina esses dois índices em sua análise, permitindo identificar divergências importantes. Por exemplo, o índice de situação atual pode estar alto, indicando boas vendas e receitas no presente, mas o índice de expectativas pode cair, sugerindo insegurança em relação ao futuro. 

Esse desalinhamento serve de alerta para gestores, que precisam avaliar se o momento positivo é sustentável. Da mesma forma, pode acontecer o oposto: a situação atual é desafiadora, mas as expectativas são altas, indicando confiança em medidas de recuperação e melhora.

Como as empresas de comércio no Brasil devem usar as informações das sondagens da FGV?

As empresas de comércio no Brasil devem utilizar os resultados da Sondagem do Comércio do FGV IBRE como base de análise contínua para embasar decisões em momentos críticos e identificar oportunidades de crescimento.

Esses dados ajudam a compreender o “humor” do mercado, permitindo prever se haverá maior ou menor propensão de compra. Gestores podem, assim, alinhar campanhas de marketing, lançamentos e ajustes de preço com base em cenários otimistas ou pessimistas. O Índice de Confiança do Comércio torna-se uma ferramenta vital para planejar investimentos e gerir estoques de maneira mais segura.

Além disso, as empresas podem cruzar o Índice de Confiança do Comércio com indicadores internos — como volume de vendas, ticket médio e giro de estoque — para verificar se a percepção externa se reflete em tendências reais de consumo.

Por exemplo, se a confiança recua, mas as vendas permanecem estáveis, isso pode indicar um diferencial competitivo a ser explorado. Por outro lado, se o índice sobe e as vendas não acompanham, pode ser o momento de revisar o posicionamento de produto ou a estratégia de divulgação.

Uma prática recomendada é monitorar também sondagens setoriais correlacionadas — como o Índice de Confiança da Indústria e o Índice de Confiança do Consumidor — que influenciam diretamente a demanda final.

Ao interpretar a evolução desses indicadores, gestores podem antecipar reposições de estoque, ampliar o mix de produtos e renegociar prazos e preços com fornecedores, equilibrando oferta e demanda. No curto prazo, ajustam promoções e estoques; no médio prazo, planejam lançamentos e expansão; e no longo prazo, definem investimentos em novos canais de venda.

Essa visão macro, integrada a dados internos, permite respostas ágeis a ciclos de expansão ou retração e reduz riscos de erros. O uso consistente das sondagens da FGV fortalece a competitividade das empresas de comércio, pois decisões baseadas em sinais claros e confiáveis do mercado conferem maior solidez e previsibilidade aos resultados.

Histórico da Confiança do Comércio

Acompanhe os dados históricos dessazonalizados do índice de confiança dos serviços da FGV na tabela a seguir.

MêsÍndice de situação atualÍndice de expectativasÍndice de confiança
jan./202496,494,495,3
fev./202496,691,493,9
mar./202496,194,595,2
abr./202496,193,594,7
mai./202497,291,394,1
jun./202495,293,994,4
jul./202496,593,294,7
ago./202496,893,495,0
set./202495,993,394,5
out./202496,694,995,6
nov./202497,193,094,9
dez./202497,391,694,3
jan./202594,789,091,8
fev./202595,188,691,7
mar./202595,390,892,9
abr./202593,887,290,4
mai./202594,289,891,9

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