Por Ivy Judensnaider*.
Já vou avisando: meu olhar não é o de uma economista gerada em ventre calmo, tranquilo. Ao contrário, a rebeldia e a insatisfação (com o mundo e com as minhas próprias limitações) me acompanharam durante todos os anos de graduação, e em vários dos seguintes. Hoje, credito a esse fato a formação de um jeito muito particular de compreender meu objeto de estudo; também explica a escolha em relação ao mestrado e um futuro doutorado, em História da Ciência e Tecnologia. Além disso, minha maturidade profissional aconteceu durante os anos do terrível processo inflacionário e tive que conviver com uma cruel realidade: os anos de faculdade e estudo sequer me permitiam planejar o orçamento doméstico! Ainda, algumas experiências foram fundamentais: ao referencial teórico dos anos de faculdade uniram-se uma imagem, uma voz e uma luz que, juntos, moldaram minha maneira de ser e de perceber a realidade.
A imagem surgiu através da televisão. Logo após o nascimento da minha filha mais velha, vi uma reportagem sobre a fome nas grandes cidades. O tubo azul mostrou: num casebre feito de tábuas e de restos do consumo urbano, uma família preparava o seu jantar, uma sopa preparada à base de água, pedras e papelão. Talvez por que eu estivesse sensibilizada com o parto, mas nunca antes a miséria me parecera tão terrível, tão cruel e desesperadora. Pensei: “eu até poderia me alimentar dessa forma, mas meu coração explodiria de dor se eu tivesse apenas isso para oferecer aos meus filhos”. A imagem cravou uma certeza na minha alma: a fome dói, estraçalha e arrebenta. Simone Weill estava corretíssima ao calar a boca de Simone de Beauvoir (1).
A voz se juntou depois, quando eu lia um trabalho feito por meus alunos a respeito de moradores de rua. Lá pelas tantas, uma das moradoras entrevistadas explicava os cuidados com a sua higiene durante a menstruação: impossibilitada de comprar absorventes, e tendo que lidar com a contínua falta de água para o banho, ela usava jornal velho, catado em latas de lixo, para conter o sangue menstrual. Essa voz “lida” me fez concluir: a miséria é indigna.
A luz surgiu durante uma conversa com um funcionário do primeiro escalão de uma cidade do interior no Rio Grande do Sul. Contava ele sobre uma experiência ocorrida quando da expansão da rede de energia elétrica para bairros distantes, e do seu espanto com a alegria dos moradores no meio daquela miséria enfim iluminada, a miséria parecendo então maior ainda. À pergunta sobre o motivo de tamanha felicidade, ele recebeu a seguinte resposta: “ser pobre é horrível! Mas é melhor ser pobre com luz do que ser pobre no escuro”. Foi quando me convenci: acabar com a miséria é opção política. Miséria é escolha que uma sociedade faz, e não destino natural dos acontecimentos. Não existe “mão invisível”, nem para o Bem nem para o Mal. O mundo é resultado das nossas ações, das decisões que tomamos, das opções políticas que fazemos.
Sou professora de Economia e meus alunos perguntam: “e essa crise? Até quando ela vai?” Para compreender sua gênese basta fazer o retrospecto dos empréstimos bancários a clientes subprime nos Estados Unidos. Para que a coisa fique mais clara ainda, basta analisar qualquer gráfico que mostre o comportamento da economia real versus a evolução da economia monetária, especialmente a partir do Consenso de Washington: a distância entre essas duas é a melhor medida de mensuração da crise que assusta as bolsas de valores no mundo inteiro e que, no momento, atinge em pânico as autoridades financeiras de todo mundo.
Essa crise de agora é só o resultado de uma péssima rodada na mesa de jogo desse cassino absurdo que é o mercado especulativo de capitais, e que daqui algum tempo será lembrada apenas como mais uma estatística da economia globalizada que prometia erradicar a pobreza e distribuir fortuna para todos; é apenas o momento da cobrança do imenso déficit público americano, criado para manter e alimentar a guerra do Iraque a partir do atentado terrorista às Torres Gêmeas em 2001 (2); essa crise é apenas sintoma do pleno funcionamento do sistema, e não de alguma falha.
Prova empírica dessas minhas afirmações são os balanços superavitários das empresas que, após meses e meses de lucros extraordinários, agora demitem milhares de funcionários. Quanto a saber qual a duração da crise, os palpites são tão inúmeros e díspares que mais confundem do que esclarecem: se não fôssemos cientistas, provavelmente diríamos não ter a menor ideia…
Em palestra proferida no semestre passado, Delfim Netto (ex-ministro durante os governos militares de Costa e Silva, Médici e Figueiredo e, atualmente, conselheiro informal do Presidente Lula) opinou: estaríamos vivendo mais uma das tantas crises da história do capitalismo. “O mundo não vai acabar”, nas suas palavras. Do ponto de vista da economia de mercado, ele está absolutamente correto.
Analisemos a história econômica mundial: desde o século 18, o mundo vem caminhando lentamente no sentido de se organizar sob estruturas básicas que são conhecidas como sendo de economias de mercado. De forma simplificada, e considerando o período dos anos setecentos até o século 19, poderíamos identificar três grandes momentos de inflexão do Capital: a primeira grande depressão do final do século 19, a grande depressão dos anos 30 e as crises do final da década de 70.
Em cada uma delas o sistema de mercado deu um jeito de resolver a situação: inicialmente, “avançou” em direção a novos mercados por meio de estratégias imperialistas, e que isso tenha acabado em guerra é assunto com o qual economistas do mainstream não costumam se preocupar. Na de 30, entre as duas grandes guerras mundiais, o Capital, reconhecendo a inabilidade das suas mãos invisíveis, atribuiu ao Estado o papel de tirar a economia de mercado do imenso buraco em que havia se metido. Depois, cansado da imobilidade à qual estava sujeito por força da mão visível do Estado, arquitetou o Grande Discurso da Globalização, sedimentando, ao longo do caminho, os caminhos para a liberdade do capital através de incursões militares em países estrangeiros e a institucionalização de organismos financeiros internacionais.
O sistema de mercado sempre dá um jeito: se o Capital precisa de um sistema de vigilância, monitoramento e intervenção, criam-se organismos financeiros internacionais (FMI e Banco Mundial, entre eles). Se o Capital precisa de espaço e teme inimigos, o Império vai à guerra ou pratica o “contraterror”, usando os braços armados das Repúblicas (para usar a terminologia de James Petras) (3): apenas para falar daquelas pós-1945, citam-se as Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã, Guerra Irã-Iraque, Guerra do Golfo e Guerra do Iraque, além do financiamento dos golpes militares na América Latina durante a década de 70, e o envolvimento com a guerra árabe-israelense e com a guerra civil afegã.
O sistema de mercado sempre dá um jeito, e consegue sair da crise melhor do que quando entrou (4). Se o Capital não gosta de oponentes (Cuba, Nicarágua, União Soviética e China), basta planejar o massacre econômico e conseguir a capitulação do inimigo, especialmente daquele que ousa tentar outra fórmula que não seja a da economia de mercado. Afinal, qual outro sistema pode proporcionar tanto crescimento e satisfação? Segundo as vozes mais articuladas do discurso do Capital, não existiu, até agora, nada melhor do que a economia de mercado: grande e maior invenção humana, foi a que permitiu um crescimento acelerado da população, a queda das taxas de mortalidade, os índices de qualidade de vida para a maioria.
O desenvolvimento e o progresso dele decorrente são sinais inequívocos dos “avanços” que esse sistema de organização possibilitou à humanidade. E, que tenha sido um sistema construído à base do extermínio, da guerra e da fome alheia é irrelevante, numa demonstração inequívoca de cegueira moral e ética, embora seja no mínimo inquietante que um sistema tão “bom” tenha que se manter hegemônico por meio da força e da violência.
Prefiro, então, falar da Crise. Da Crise real. Segundo informação da FAO, órgão das Nações Unidas, são aproximadamente 920 milhões de famintos no mundo e, deste total, aproximadamente trinta por cento são crianças. Na Cúpula do Milênio, a meta estabelecida era de reduzir a fome pela metade até o ano de 2015. Dentre as recomendações da Força Tarefa Contra a Fome, preconizou-se o planejamento e execução de políticas integradas para agricultura, nutrição e desenvolvimento rural, acesso à terra, intensificação de pesquisas, apoio à pequena propriedade e à agricultura de subsistência, programas de assistência e proteção com foco nas grávidas, lactantes, bebês e crianças, restauração e conservação dos recursos naturais essenciais para a segurança alimentar. Ao final de 2008 já se considerava a meta impossível de ser atingida … (5)
De acordo com a mesma fonte, “mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem com menos de um dólar por dia. Outros 2,7 bilhões lutam para sobreviver com menos de dois dólares por dia. A pobreza nos países em desenvolvimento, no entanto, vai muito além da pobreza de renda. (…) Todos os anos, morrem onze milhões de crianças, a maioria das quais com menos de cinco anos; e mais de seis milhões morrem devido a causas totalmente evitáveis, como a malária, a diarreia e a pneumonia” (6).
Pior: a cada trinta segundos, morre uma criança na África, vítima de alguma dessas doenças. Recuso-me a fazer as contas de quantas crianças já morreram desde que comecei a escrever este texto… Esta sim é a crise real, Crise real anunciada há muito. A de agora apenas corrobora a indiferença e o desprezo que à real atribuímos desde sempre.
Falemos da Crise Real. Segundo WWF-Brasil, o balanço das condições ambientais revela que “caso o modelo atual de consumo e degradação ambiental não seja superado, é possível que os recursos naturais entrem em colapso a partir de 2030, quando a demanda pelos recursos ecológicos será o dobro do que a Terra pode oferecer” (7). A mesma fonte afirma: nossa pegada ecológica (área necessária para produzir o que consumimos em termos de recursos naturais e absorver as emissões de carbono) excede perto de 30% a capacidade de regeneração do mundo.
Essa é a Crise Real. Uma estatística interessante (também divulgada pelo WWF-Brasil) mostra que uma camiseta de algodão requer 2900 litros de água para ser produzida. A permanecer as atuais taxas de consumo e crescimento populacional, o esgotamento dos recursos hídricos mundiais pode ocorrer por volta de 2053 (8).
A calota de gelo polar no Ártico está desaparecendo em função do aquecimento global, e só não desaparecerá totalmente por que é provável que as reservas mundiais de petróleo e gás natural não sejam suficientes para produzir a quantidade necessária de dióxido de carbono que possa derretê-la por completo. Mesmo as fontes mais otimistas são categóricas ao afirmar: ainda que possamos identificar e explorar novos poços de petróleo, é quase certo que esse século será o último da Era do Petróleo.
A vigorar os atuais padrões, seremos em breve uma espécie em extinção. Algum mal estar ao lembrar do conselho de dirigentes e especialistas econômicos quando da “crise” de agora? Foram vários os que nos sugeriram consumir, consumir, consumir… Não somos apenas uma espécie em vias de extinção: a ela caminhamos de forma irresoluta e decidida!
Em qualquer manual introdutório de Economia aprendemos sobre a tríade dos problemas econômicos: o que produzir, como produzir, e para quem produzir. Se considerarmos Smith, Malthus e Ricardo como precursores da Economia, são aproximadamente dois séculos de estudos e debates que convergem ao mesmo ponto: como seremos capazes de garantir comida e saúde a todos os habitantes do Planeta? Como seremos capazes de garantir nossa sobrevivência num planeta cujos recursos são limitados e estão à beira da exaustão? Os resultados obtidos até agora e os sinais de esgotamento do meio ambiente parecem indicar duas possibilidades: a) ou não somos capazes, por inexistência do conhecimento necessário; ou b) não estamos dispostos a fazê-lo, faltando-nos amor à humanidade.
Qual é afinal o objeto de estudo da Economia? O nosso objeto é o estudo do sistema de mercado, única forma possível de organização econômica, ou é a análise das formas como as pessoas se organizam no sentido de satisfazer necessidades em função de recursos escassos? O nosso objeto de estudo é o Capitalismo ou os vários sistemas econômicos que os homens desenvolveram ao longo da sua história?
O que estou tentando dizer é o seguinte: à medida que as correntes majoritárias das Ciências Econômicas determinaram como seu objeto de estudo algo que não se transforma com o tempo (como se o nosso não fosse um objeto que resulta da disputa entre interesses e que reflete escolhas históricas possíveis), ela se transformou num grande vazio de “normalidade”, parafraseando Kuhn.
Protegida até o pescoço de qualquer ataque aos seus principais paradigmas (tanto em termos epistemológicos como metodológicos), a Economia acabou por apagar do cenário qualquer disputa em relação a esse objeto. Ao chamar esse comportamento de científico (pretensamente imparcial, do ponto de vista ideológico ) (9), a Economia tornou-se tão somente um amontoado de argumentos tautológicos, sempre se explicando por si mesma, de forma redundante e falaciosa.
Alternamo-nos em discutir intervenção do Estado versus equilíbrio automático, como se essa fosse a única discussão possível! Fazendo do seu objeto apenas aquilo que a história mostrou dar certo sob o ponto de vista da classe social dominante (e relegando ao folclore ou ao limbo do pó dos manuais de História do Pensamento Econômico os autores e idéias divergentes ao status quo), a Economia deu um tiro no seu próprio pé.
Talvez isso explique por que a Administração e a Engenharia de Produção estejam avançando significativamente sobre o mercado de trabalho que antes era dos economistas. Afinal, se é para apenas trabalhar “dentro da caixa-preta” (afastando-se, pudicamente, da discussão sobre os pressupostos filosóficos, sociológicos e psicológicos dos atos de produção e consumo de bens e serviços), como competir com administradores e engenheiros, experts em operar a máquina? Afinal, se as condições de produção e consumo estão dadas, e se tudo pode ser formalizado e calculado estatisticamente, se os agentes econômicos são tidos como racionais e, portanto, previsíveis, por que não transformar a Economia em sub-área da Matemática?
O problema é que todas essas questões não estão dadas. Os pressupostos de equilíbrio, do auto-interesse dos agentes econômicos e da natural propensão ao enriquecimento e consumo são apenas formulações construídas em função de circunstâncias históricas específicas. Dentro desse contexto talvez (e apenas talvez), as teorias sobre o sistema de mercado sejam aquelas que apresentam maior aderência.
Isso não quer dizer, entretanto, que não haja outras escolhas históricas a serem feitas, especialmente se levarmos em consideração os rumos que a humanidade tem à sua frente. Muitos economistas vêm trabalhando nesse sentido, e é a partir da obra deles que podemos repensar o nosso futuro como espécie, repensar as escolhas que faremos em termos de produção e consumo e refletir sobre o nosso papel de cientistas.
Afinal, mesmo que no longo prazo estejamos todos mortos, melhor morrer com luz que na escuridão…
Notas:
(1) Durante uma discussão, Simone Weill afirmou ser a fome a maior de todas as injustiças. Simone de Beauvoir discordou, argumentando que a maior de todas as lutas deveria ser pela liberdade. Weill, então, arrematou: “vê-se que você nunca passou fome”.
(2) No link <http://www.democracynow.org/2008/2/29/exclusive_the_three_trillion_dollar_war> é possível ouvir trecho de uma entrevista com o Presidente Bush no início de 2008, onde ele afirma não ter sido a guerra prejudicial à economia. Na sua opinião, os gastos com a guerra teriam ajudado a criar empregos e a economia só estaria em dificuldades por que muitas casas haviam sido construídas! Bush esqueceu a equivalência ricardiana, que parte da hipótese que aumentos da divida e impostos são equivalentes. Quer dizer, gastos do Governo requerem arrecadação de impostos para pagá-los…
(3) A íntegra da palestra de Noam Chomsky, cujo propósito foi entender o ataque às Torres Gêmeas como um evento que nada mais fez do que reproduzir o terror praticado pelos próprios Estados Unidos (só que dessa vez com as armas apontadas para o território americano) pode ser lida no link <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142002000100002&script=sci_arttext>.
(4) Além disso, as guerras são um excelente negócio, especialmente para as Corporações, essas figuras difusas que tudo controlam. Vale a sugestão: o melhor filme que já vi sobre o tema é Lessons of Darkness (Lições da Escuridão), de Werner Herzog. Durante a Guerra do Golfo, uma empresa americana é contratada para apagar o fogo em poços de petróleo. Depois de apagado o fogo, incendeia tudo novamente. Afinal, negócios são negócios. Como disse um aluno, algo parecido com o uso do receituário keynesiano em situação de guerra…
(5) Qual o custo de um programa sério como esse? Provavelmente, menos do que os 3 trilhões de dólares estimados por Joseph Stiglitz (Nobel de Economia de 2001 e former executive do Banco Mundial) e Linda J. Bilmes em relação ao custo da Guerra no Iraque até agora, e detalhadamente estudados em “A guerra de US$ 3 trilhões – O custo real do conflito no Iraque”.
(6) Conforme apresentado em <http://www.pnud.org.br/milenio/numeroscrise.php>. [Infelizmente este link – que estava no texto original – está desativado, mas é possível encontrar mais informações sobre o Projeto do Milênio em <http://www.pnud.org.br/>, também em <http://www.undp.org/> e <http://www.unmillenniumproject.org/>.]
(7) Mais informações podem ser obtidas em <http://www.wwf.org.br/informacoes/index.cfm?uNewsID=16180>. Nesse site encontra-se disponível, também, o download do Relatório Planeta Vivo 2008.
(8) Recomendo a leitura de Recursos Hídricos, agricultura irrigada e meio ambiente, de Vital Pedro da Silva Paz, Reges Eduardo Franco Teodoro e Fernando Campos Mendonça, disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-43662000000300025&lng=pt&nrm=iso>.
(9) Será possível uma ciência que não esteja imersa em ideologia? Uso aqui a definição de François Perroux, em Economia e Sociedade, para quem a ideologia funciona como designação eficaz de uma obra coletiva proposta por uma elite política, obra essa tida como possível, perfeitamente realizável e conduzida pela própria história.
Créditos da imagem:
Crise – http://bit.ly/1FnZLo8
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* Economista e mestra em História da Ciência. Atua como professora universitária e é coordenadora do curso de Ciências Econômicas no Campus Marquês (SP) e no Campus Paulista (SP). Também atua no setor de publicações, como Editora Adjunta da revista Prometeica e Revisora/parecerista nas revistas Acta, Urutagua e Scientia Vitae.
**A autora agradece aos professores Maurício Felipe Manzalli e Cláudio Dittício pelos comentários e sugestões. Os erros, equívocos e omissões, entretanto, são de sua inteira responsabilidade.
*** O texto foi originalmente publicado em <http://bit.ly/1Jth8FD>.