Em uma busca incansável pelo cálculo dos núcleos de inflação, uma equipe de economistas embarcou em uma saga épica em busca de dados. Não teve magia, feiticeira ou superpoderes, mas teve a burocratização dos dados e esforços sem medida pelo caminho. Sem super heróis, mas com o IBGE em uma caça por uma série mensal de variação do IPCA.
Isso não é Crônicas de Nárnia, mas você deveria acompanhar.
No princípio, foi assim
O fim do expediente já estava logo ali na esquina, quando o time da Análise Econômica se entreolhou, cansado de tentar fazer com que os números obtidos através dos cálculos dos núcleos de inflação batessem com os do Banco Central. O cansaço e a frustração eram evidentes.
Mas a diferença nos dados era mínima. O time queria fazer e alcançar o melhor. Neste caso, não era uma questão de “feito ou perfeito”, e sim, o anseio pela primazia que corre em cada um de nós. Algo ainda maior: a busca pela qualidade que os nossos clientes esperam da gente.
A boa notícia é que a insatisfação em torno da incompletude ou omissão de informações essenciais nos metadados da nossa autoridade monetária nos motivou a ir além.
Indo além de Nárnia (e dos dados disponíveis)
Naquele momento, a gente não queria apenas ter as fórmulas e dados dos núcleos de inflação. O time queria ir mais longe. A frustração se transformou em desejo, até que veio o insight: “e se oferecermos gratuitamente um manual de como calcular cada um dos núcleos de inflação?”
Sejamos justos. Nem todos os núcleos dispõem de uma cesta de bens e serviços que pode ser conhecida antecipadamente, mas pelo menos metade deles, sim. O problema é que, mesmo assim, não nos é informado. Pelo menos não de forma clara, como poderia e deveria ser.
Um bom exemplo deste tipo de “ineficiência” pode ser visto também no site do IBGE. O instituto, pelo qual temos profundo respeito e admiração, é, muitas vezes, contra intuitivo e dificulta a vida do pesquisador.
A raiz do problema: IBGE, Sidra e a burocratização dos dados
Você já tentou buscar algum dado no portal do Sidra, a plataforma pública de dados do IBGE? Então, tire um minuto e tente, depois volte aqui.
Veja, se você quiser pegar uma série mensal de variação do IPCA você poderá consegui-la através do Sidra. Mas não é algo assim tão trivial. Lá no banco de dados do IBGE, a escolha da série é feita de forma confusa. A extração dos dados não é simples. E tudo isso para capturar uma série que começa em janeiro de 2020!
Comparativamente, nos Estados Unidos, o portal BLS.gov permite que o usuário pegue uma série histórica de inflação mensal desde a primeira metade do século passado com apenas alguns cliques. De forma fácil e desburocratizada. De forma bastante distinta ao que temos aqui – infelizmente.
E o que vem agora?
Não é síndrome de vira-lata. Nós temos muito respeito pelo IBGE e por cada um dos técnicos do instituto. Sabemos o quanto eles estão suando a camisa para entregar aquilo que podem com o pouco que tem. Mas é necessário destacar que ainda estamos bastante aquém do ideal.
Provavelmente você é um empresário, empreendedor, investidor ou um profissional que trabalha diretamente com dados. Então, você deve conhecer bem essa situação. É por essas e outras que a Análise Econômica existe: para transformar a economia brasileira por meio do fomento aos negócios com análises econômicas.
Mas no meio do caminho para a transformação, sempre há alguns obstáculos. Por isso, além do apelo para que as coisas funcionem mais rápida e facilmente nesse nosso país, a AE existe para ajudar os profissionais a focar no que é relevante: seus negócios.
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