A moda vai muito além de estilo e tendências — ela é uma engrenagem essencial que movimenta a economia global. Quantas vezes você já ouviu falar sobre a importância desse setor? Recentemente, até mesmo uma notícia sobre Anitta ajudando outra cantora a se levantar após uma queda na passarela ganhou grande repercussão.
Além disso, já notou como a forma de consumir moda mudou? Não é à toa que a Shein causou um grande impacto no varejo. Quantas pessoas que você conhece já trocaram uma ida ao shopping por alguns cliques no celular?
Enquanto a semana de moda de Paris, uma das mais aguardadas do ano, chega ao fim, o setor da moda no Brasil ainda tem muita passarela para percorrer. Confira a seguir como ele continua a se reinventar.
A Indústria da Moda e Sua Cadeia Produtiva
Com uma cadeia de valor complexa, que se estende do design e produção até o varejo e consumo, a indústria da moda gera milhões de empregos e movimenta bilhões de dólares, impactando tanto as economias locais quanto globais.
No Brasil, o setor têxtil e de confecção é altamente relevante. De acordo com a ABIT o faturamento da cadeia têxtil e de confecção foi de R$193,2 bilhões em 2022, comparado a R$190 bilhões em 2021. As exportações, sem incluir fibra de algodão, somaram US$956 milhões em 2023, frente a US$1,1 bilhões em 2022. Já as importações, também sem a fibra de algodão, foram de US$5,8 bilhões em 2023, contra US$5,9 bilhões em 2022, resultando em um saldo comercial negativo de US$5,6 bilhões em 2023.
Além disso, o setor emprega formalmente 1,33 milhão de pessoas, sendo que, somando empregos indiretos, esse número chega a 8 milhões de trabalhadores, dos quais 60% são mulheres. No total, o Brasil possui 24,3 mil unidades produtivas formais espalhadas pelo território nacional. O setor de confecção é o segundo maior empregador da indústria de transformação, atrás apenas do setor de alimentos, e o Brasil se destaca como um dos maiores produtores de denim e malhas do mundo.
Sendo assim a moda tem um papel significativo no Produto Interno Bruto (PIB), sendo uma das indústrias que mais gera empregos. O país é reconhecido mundialmente pelo design de moda praia, jeanswear e homewear, e recentemente cresceu nos segmentos de fitness e lingerie.
Moda Sustentável e o Futuro da Moda
Nos últimos anos, a moda sustentável se tornou uma demanda crescente tanto para consumidores quanto para empresas. A busca por práticas de produção mais éticas e conscientes tem gerado uma transformação na indústria, criando novas oportunidades econômicas. Marcas estão adotando métodos de fabricação que reduzem o impacto ambiental, utilizando materiais recicláveis e promovendo a transparência em suas cadeias produtivas.
Com o mercado da moda global crescendo 11,4% ao ano e a expectativa de faturamento de US$1 trilhão em 2025, o setor de e-commerce B2C já atinge US$ 525 bilhões em vendas anuais. Grandes marcas nacionais e internacionais estão investindo em tecnologia e sustentabilidade, como provadores virtuais, roupas 3D e NFTs, para melhorar a experiência do cliente. Essas inovações apontam para um futuro da moda cada vez mais digital, personalizado e conectado, como já observado nas iniciativas de empresas como Aramis, Gap e Adidas. (Exame)
Moda e Economia Caminham Juntas
A moda desempenha um papel fundamental na economia global, influenciando mercados, gerando empregos e impactando as finanças de diversos países. Sua importância vai além das passarelas e vitrines, estando profundamente conectada ao desenvolvimento econômico de várias nações. Não podemos esquecer que o capitalismo industrial começou com a revolução na indústria têxtil, lá no século 18.
Ao refletir sobre o impacto da moda, é importante considerar como as marcas podem se adaptar às novas demandas. Seja utilizando tecnologia e sustentabilidade para criar valor e proporcionar experiências únicas aos consumidores. A combinação entre inovação e responsabilidade social será essencial para que o setor mantenha sua relevância e contribua para o crescimento econômico de forma ética e duradoura.
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