Certamente hoje é um novo dia, de um ano novo. Mas de um novo tempo, há controvérsias. O conturbado ano de 2016 ficou pra trás e 2017 inicia com grandes expectativas. Ao menos, esperamos não repetir 2016. Mas será que 2017 será um ano tão diferente?
As maiores surpresas do ano que se encerrou foram a decisão do Brexit no fim de junho, quando — apesar de todas as expectativas dizendo o contrário — o eleitorado do Reino Unido votou a favor da saída do país da UE, fazendo os mercados entrarem em parafuso por alguns dias e dando uma rasteira na libra.
Mas tão logo os mercados pareciam ter recuperado a consciência, os eleitores americanos vieram com o próximo baque, provavelmente ainda maior: a eleição de Donald Trump como 45º presidente dos Estados Unidos. Sem contar os diversos atentados terroristas que assolaram o mundo e a política monetária ultraexpansionista em curso em diversas nações.
Aqui por terras tupiniquins rolou o histórico impeachment da agora ex-presidente, Dilma Rousseff. Delações premiadas derrubaram diversos ministros e colocaram o nome do então presidente, Michel Temer, no meio de casos de corrupção.
Foi PEC para limitar os gastos públicos por 20 anos, proposta de reforma da previdência para os trabalhadores ficarem um tanto mais de tempo na labuta, reforma do ensino médio, protestos para todos os lados e a economia segue sem grandes perspectivas – e tentativas não faltam para tentar reanimá-la.
E no meio desse turbilhão, a pergunta de um bilhão de dólares é: o que esperar de 2017?
O cenário base da Análise Econômica Consultoria tem uma palavra-chave: incerteza. Se existe uma garantia sobre as previsões para este ano que se inicia é que será impossível prever corretamente o que ocorrerá na política e economia brasileira.
Quem acertar a tendência e minimamente a dimensão das projeções terá um ano de grandes lucros pela frente.
Sobre a economia, o cenário traçado é mais benigno do que o de 2016, até porque no curto prazo não há nada que indique uma grande inflexão. No entanto, todas as previsões econômicas dependem de um fator-chave que é difícil de ser mensurado: os próximos alvos da Lava Jato.
Hoje, não é possível cravar quem comandará o país no final do próximo ano. Michel Temer enfrentará uma dura batalha no TSE para manter seu cargo mesmo após as seguidas denúncias de uso de caixa dois pela chapa encabeçada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2014.
O núcleo próximo ao presidente e a sua base de apoio no Congresso deverão ser fortemente abalados pela divulgação das delações dos executivos da Odebrecht, assim como pelo avanço das investigações em Curitiba e na Procuradoria-Geral de República, em Brasília.
O parlamento e o poder executivo não estão alinhados com o ímpeto do poder judiciário, que passa a ameaçar o cargo de importantes políticos. O cenário é desafiador. Sabendo que o início da crise econômica em que estamos inseridos veio justamente da instabilidade política, nesse mar de incertezas e reviravoltas a palavra-chave que devemos manter em mente é parcimônia.
De fato, hoje é um novo dia, de um novo ano, mas de um novo tempo… Ainda não!
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