Vamos falar sobre prioridades.
O que é mais importante? Para além das tarefas rotineiras, você consegue definir o que tem ou não tem que fazer? Mais ainda, qual a ordem a ser feita?
Pense no seu trabalho. Você organiza seu dia ou vai respondendo às demandas, aos e-mails que caem na caixa de entrada?
Em casa você organiza as tarefas que devem ser feitas ou acorda e vai fazendo o que “parece mais importante”?
Talvez uma das coisas mais difíceis nos dias atuais, dada a enxurrada de informações, de tarefas e atividades no dia a dia de cada um de nós é a habilidade de definir prioridades.
Mas nos parece que é uma dificuldade crônica compartilhada também pelo governo.
Parece-nos.
Passou-se mais de um mês do governo interino e nenhuma discussão séria sobre os verdadeiros problemas dos país foi levada a cabo.
Já se reajustou salários de servidores, ampliou-se o tempo de aplicação da Desvinculação de Receitas da União (além de ter aumentado o percentual desvinculado – de 20% para 30%), já se discutiu teto para os gastos (que, por sinal, ao que tudo indica, terá grandes modificações ao ponto de o projeto original ser amplamente modificado).
Enfim, já se discutiu diversas coisas, mas questões estruturais, como a estrutura tributária regressiva, a estrutura de representação política, a estrutura produtiva brasileira, dentre outras, não entraram em pauta.
Enquanto isso, continuamos nadando contra a maré. Os países centrais aplicando taxas de juros negativas e nós na casa dos dois dígitos (14,25% ao ano).
No meio de todo esse caos, de fato nos parece que o governo também está precisando aprender a definir prioridades…
A procrastinação, inata ao homem e, portanto, disseminada em nossas ações, aumenta a medida que algum problema parece insolúvel.
E o Brasil, como um todo, é um destes problemas. Lidar com a situação política e econômica do nosso país é tarefa que deve ser acoroçoada diuturna e implacavelmente.
Caso contrário, viveremos presos na armadilha de achar que tudo por aqui deve e pode demorar em se ajeitar.
Não nos parece razoável acusar a nova equipe econômica de indolência ou malfazejo, mas parece ainda menos razoável se acostumar com o estado letárgico das decisões políticas no Brasil.
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