Por Weruska Goeking (O Financista)*
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,944 bilhões em setembro, atingindo melhor marca para o mês desde 2011. No entanto, o resultado “é um número positivo com gosto amargo”, segundo André Galhardo Fernandes, diretor da Análise Econômica Consultoria.
A avaliação de Fernandes é baseada no fato de que o saldo positivo é derivado da queda maior das importações em relação às exportações diante da piora da atividade econômica e da valorização do dólar frente ao real.
“O ponto positivo do mês é que o montante de exportação voltou a apresentar aumento frente ao mês anterior, do mesmo modo que as importações”, explica.
A média diária das exportações cresceu 4,3% em setembro ante agosto e a média das importações subiu 3,2%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Se isso é um sinal de melhor desempenho real no último trimestre, e não apenas um efeito da deterioração econômica, ainda é cedo para dizer. “É muito incipiente, não há indicativo que aponte para isso”, diz o economista.
Assim, devido à menor importação com a piora na demanda doméstica, são esperados novos superávits no quarto trimestre de 2015.
O ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, prevê que o saldo comercial ficará em torno de US$ 15 bilhões no acumulado do ano. De janeiro a setembro o superávit acumulado é de US$ 10,246 bilhões.
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*Obs.: matéria originalmente publicada em 01 de outubro de 2015, pelo portal O Financista <http://www.financista.com.br/>, uma iniciativa da casa de investimentos Empiricus <http://www.empiricus.com.br> para desenvolver o jornalismo econômico na internet.