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Investimento – O impacto do PIB em nossas vidas

No meio do deserto saudita há um oásis de paz e prosperidade, onde os padrões de riqueza não são nada modestos e nem de longe faz pensar que está situado bem próximo a uma região com vários conflitos políticos. Os Emirados Árabes Unidos (EAU) são exemplo do que se espera de uma economia altamente baseada em investimentos. Os investimentos privados são em grande parte os atores responsáveis pelos números expressivos de crescimento do PIB daquela região que há pouco mais de 40 anos atrás nem sequer se viam como iguais.

Os EAU são um conjunto de monarquias independentes entre si, mas com uma legislação e propósitos de desenvolvimento unificados que se firmaram em 1971. A capital e segunda maior cidade é Abhu Dhabi porém o título de destino mais procurado fica com a cidade-estado de Dubai.

Historicamente, os povos que compõem os EAU sempre foram afetados pelas dinâmicas do ocidente, como guerras, crises financeiras e até os períodos de colonização, portanto, desde a criação dos Emirados Árabes, havia uma grande preocupação com a independência do modelo exportador de pérolas e insumos agrícolas que estavam constantemente sujeitos aos choques de demanda externos e com a vigente política de taxação dos principais mercados destino. O que foi o estopim para a criação deste modelo foi uma descoberta que mudaria completamente o perfil destes povos de ruralistas para ultra modernistas: o petróleo.

O petróleo foi descoberto no final da década de 50, mas como eles já haviam sofrido vários reveses do mercado externo sobre suas commodities e tendo consciência que o petróleo é um recurso finito, eles pensaram de uma forma bem simplista em obter o maior lucro possível destas jazidas e aplicar  o máximo do capital obtido em infraestrutura para que enfim se tornassem mais autossuficientes.

Foram eles os principais responsáveis e beneficiados das políticas de choque nos preços de petróleo aplicadas em 1973 e 79, que viriam a remodelar até hoje os usos e costumes sobre esse combustível e no caso do Brasil colapsar nossa economia, colocando uma pedra sobre o milagre econômico.

Quando se pensa que há um alto grau de investimento é fácil pensar que há uma melhora na qualidade de vida certo? Mas nem sempre é assim. E no caso dos EAU realmente não foi bem assim. Nas primeiras décadas, os altos rendimentos causaram inflações de cerca de 30% e existe uma explicação para isso: a falta de estrutura para receber este aporte de dinheiro faz com que haja um aumento generalizado dos preços.

Para isto, Keynes recomendou em sua obra que este trabalho seja controlado através da política fiscal, onde os custos são artificialmente elevados pelo governo, fazendo com que a demanda por consumo se esfrie. Este é o caminho que a cartilha keynesiana dita, entretanto, eles usaram outro caminho.

Diversificar a economia para que este aporte financeiro fosse bem alocado. De fato foi um caminho mais longo e mais efetivo e trouxe uma importância no setor de comércio e serviços, que hoje representam 75% do PIB, além de altos índices de desenvolvimento humano ficando na 32º posição dos países da ONU.

Contrastes entre a cultura simplista e os valores religiosos existem e este pode ser o lado ruim da receita de PIB baseada em investimentos, pois um choque de investimentos pode descaracterizar a identidade cultural do local.

Toda dieta precisa de um equilíbrio e para que não ficassem dependentes do capital externo, eles se uniram, descobriram fontes próprias de rendimentos e aplicaram isto na sociedade para sua independência do ocidente. Seria uma opção para diversas economias em subdesenvolvimento, porém com recursos naturais disponíveis.

Para saber mais:
Crescimento econômico de Dubai entre 1971 e 2009 – http://bit.ly/1Iif6cr
Os determinantes do investimento – http://bit.ly/1FuIc1b

Créditos de imagem:

Emirados Árabes Unidos – http://bit.ly/1dMU2ho
Mapa – http://bit.ly/1dMU351
Dubai – http://bit.ly/1KanrhH
Mulheres – http://bit.ly/1FuRThc

Leia os demais artigos que compõem esta série clicando aqui.

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