A Petrobrás vem ocupando grande espaço na mídia há um certo tempo, mais infeliz que felizmente. Seus resultados negativos, ser alvo de investigação e o momento de crise global do petróleo são decisivos para uma sensação de insegurança por parte dos investidores, que estão cada vez mais abandonando os papéis da empresa, aprofundando assim a crise financeira e institucional que a empresa tem passado.
Em matéria divulgada no Valor Econômico, auditores independentes constataram que há uma disparidade de 88 bilhões de reais entre o valor contábil (que é o valor que aparece nos balanços) e o valor justo, que é o valor de mercado destas aplicações. São valores significativos, pois seria como perder uma Ambev, uma gigante do empresariado mundial, em um buraco negro. Buraco este que é constituído por um misto de má gestão, decisões políticas e a corrupção que tem sido apurada pelo Ministério Público.
Apesar de não concluído ainda, os resultados preliminares desta auditoria mostram um quadro estarrecedor, não só pelos fatores citados, mas pelo fato de que esta mesma empresa há oito anos fez uma das maiores descobertas de petróleo (o pré-sal), e nos anos subsequentes conseguiu atingir uma marca de 500 mil barris ao dia, em apenas cinco poços de perfuração.
Apesar de contraditória, esta situação é facilmente explicável, quando voltamos atrás no tempo e pensamos como a notícia da descoberta do pré-sal repercutiu na mídia e de quantos planos foram traçados em torno dos valores que seriam arrecadados. Isso mesmo antes que a própria tecnologia necessária para extrair este petróleo estivesse pronta. Daí em diante o desenrolar é bem simples: políticos se vangloriaram do feito e geraram expectativas na população e nos investidores, que por sua vez geraram expectativas nos parceiros estratégicos, fazendo com que as pequenas disparidades de valor passassem às vistas grossas dos responsáveis. Que não se preocuparam em ter mais afinco nas precificações e, na hora em que a conta chegou, perceberam que algo estava errado. A euforia fez com que os sonhadores sonhassem, que os aproveitadores aproveitassem e que os ingênuos fossem… enganados!
O lado bom de tudo isso é que há uma percepção de que há um empenho em diagnosticar as falhas e correr atrás do prejuízo, Só nos resta saber se as marcas deixadas na credibilidade da empresa não afetará a maneira de olhar para esse modo de gestão. Sinceramente, espero que afete!
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Fontes:
Créditos das imagens:
Bandeira brasileira – http://bit.ly/1yRS1Y6
Plataforma ao mar – http://bit.ly/1CPZj0j