“Vamos falar de coisa boa?”
A ideia desse título era começar com um trocadilho de uma das propagandas que mais colou na mente dos brasileiros por anos a fio: a câmera “faz-tudo”, “a câmera mais vendida do país”! Mas desisti de fazer piada com o trocadilho… Não sou tão bom piadista.
Ainda assim, “a câmera mais vendida do país” pode nos servir como um bom exemplo para retomar pontos importantes da discussão. A ideia aqui é, portanto, fugir um pouco da temática que discutimos nos últimos dois editoriais: a incerteza. Mas não se engane: não significa que o cenário para 2017 mudou. Significa, isso sim, que queremos mostrar “o outro lado da moeda”.
Que 2017 será um ano complicado, isso já está evidente (dissemos isso aqui e aqui). Felizmente somos seres munidos de boa carga de esperança e, com o ano novo que se iniciou, as esperanças foram renovadas e assim o é continuamente.
Tá, e a tal câmera?
Bem, impressiona que uma empresa pouco conhecida no mercado tenha conseguido vender por tanto tempo um produto com reconhecidamente de qualidade inferior do que produtos muito mais conhecidos e consolidados no mercado – veja esse pequeno infográfico da TecMundo para ter uma ideia. Eles também analisaram o porquê do preço tão elevado.
Isso reforça que sempre (sempre mesmo) haverá mercados para determinados produtos e serviços. Mesmo na crise. Quando pensamos, por exemplo, em ganhos ou em renda, é interessante notar que no mercado financeiro, só perde dinheiro quem está mal informado ou que não construiu um cenário suficientemente claro: não levou em consideração variáveis consistentes.
E na “economia real” a situação é similar. Já ouviu falar de nichos? Sazonalidade? Inovação? Pois é… Mesmo em momentos de crise, mesmo quando parece complicado, há oportunidades.
Mas, para não ficar no mero discurso motivacional, aqui vai uma reflexão teórica. O que dá valor às coisas, ou seja, o quer faz com que elas sejam trocadas, é o trabalho humano combinado à utilidade que essas coisas tem.
Você não pagaria pela água de um rio que está a sua frente, certo?
Mas, ainda assim, você pagaria muito por essa mesma água, se estivesse em uma região distante e em que essa água fosse escassa. Nesse processo está envolvido o trabalho humano de pegar a água do rio, filtrar, embalar e transportar, além da utilidade que obviamente essa água tem para o consumidor.
Em suma, duas coisas são importantes: entender o consumidor (o que ele quer, o que ele precisa, como atender sua necessidade etc) e entender a economia (as estruturas de mercado, os nichos, as sazonalidades, os cenários, custos e benefícios etc).
Afinal, se até aquela câmera vendeu (e, mais uma vez, não era nada barato), por que você não conseguiria?
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